Tem gente de todas as gentes, caras e expressões. Assuntos pertinentes, pretendentes aos nossos bilhões; momentos de reflexões das salas de aula a uma mesa de bar, feitas ontem ou anteontem, há mais de década; desde as realidades insignificantes, às fantasias dos nossos semblantes.
Zelador
Seguidores
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
SE
Do Novum Organum, de Francis Bacon, a Teoria dos Ídolos foi a que mais me apeteceu. Não só na obra do grande pensador, como em todo o Empirismo.
Destaco que, no Idola Tribus, o ídolo só é ídolo se for o seu. Ou seja, se aquele é seu ídolo, ele só o é se se corresponder com aquilo que você o acha que é. Fora disso, nada ou ninguém (ídolo) é.
Num banheiro do aeroporto Santos Dumont, aliviava minha bexiga quando vi um cara que chegava rapidamente a se aliviar em um dos mictórios. Ruivo, meio calvo. Ninguém mais, ninguém menos que Nando Reis. Eu gosto muito do trabalho dele, tanto nos Titãs quanto no trabalho dele mesmo. Isso era por volta de 2002. Urinávamos. Ao fim de nossa função fisiológica, cumprimentei-o com um gesto de cabeça. Do tipo: Fala mermão. (Eu me achando também um “ídolo). Ele retribuiu. Agreguei: “Gosto muito de seu trabalho, tanto nos Titãs como na carreira solo”. Muito obrigado, ele respondeu. Cada um lavou as suas mãos (em trabalho solo) e nos despedimos.
(Mas por que tô falando isso mesmo? Ah! Por causa dos ídolos. Pois bem)
Eu e um grande amigo, no pacato bairro de Nogueira, em Petrópolis, decidimos variar um pouco a nossa vida e... beber cerveja. Não sei se o dia era especial, mas queríamos beber cerveja. Discutimos quanto ao número das caixas de cerveja. E, depois de bebermos certa qualtidade, tivemos que comprar mais (caixas de cerveja). Fomos a uma padaria-delicatesem (= a muito dinheiro). Ainda não anoitecia.
Naquela contagem de dinheiro – já dentro do estabelecimento, para ver o quanto poderíamos gastar e continuar ouvindo nosso rock, reggae e punk – um barulho de carro antigo dominou o bairro. E logo parou. Não ligamos tanto para isso. Entretanto, no meio dos cálculos, surge um baixinho, negro, cabelos dreadlock; afoito e simpático. Conversando com todos os 3 ou 4 (fora os donos), que lá estavam. O novo freguês chegou ao balcão, comprou umas empadas. Partiu, assim como chegara.
Eu e meu amigo nos entreolhamos. Meu amigo quase a gargalhar e eu a não entender o porquê das iminentes gargalhadas. Até que percebi.
Djavan, O ídolo
Depois de nos cumprimentar, se foi. E nós, enquanto levávamos as cervejas para o carro, lamentamos pela humanidade.
“Quantos gostariam de estar em nosso lugar agora...”
Petrópolis, algum dia da década de 2000.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Porra Thiagão,vou ter que beber por estas bandas de Petropólis rs,tempos que não vou por estes lados,daqui a pouco eu encontro até o ET que não é mais de Varginha rondando botecos a procura de ídolos por aí,vai que ele encontra o oitavo passageiro...Nem tenho que falar nada,Djavan realmente mexe o cérebro...
ResponderExcluirJordan, aqui rola essas paradas. Não tem muito tempo que liguei pro meu amigo para confirmar detalhes do ocorrido. Djavan, ao nosso lado, nos tempos de celular sem câmera... quantas pessoas queriam estar ali, em Nogueira?
ResponderExcluirCaro Thiago, sempre digo: há pessoas e pessoas...! Djavam sempre foi e me parece que continua sendo uma pessoa simples e humilde apesar da fama. Mas realmente quantos gostariam de te-lo visto assim tão perto? Grande cantor e copositor!!!
ResponderExcluirGostaria de ter urinado ao lado do Nando Reis também! rsrs. O cara é demais!
ResponderExcluirAdorei o texto, meu primo! Humor, inteligência e música!
Um beijão.
E eu que tenho uma colega de colégio que já foi NAMORADA do Djavan? Pois é, Pois é, Pois é!
ResponderExcluirMas nem por isso fiz xixi ao lado dele ou do Nando Reis. hehehehe
Beijossssssss!
Nunca topei com nenhum idolo. Só se contar a vez que atendi aquela atriz que fazia a mulher do Mazzaroppi pra escolher melancia pra ela...
ResponderExcluirOi Thiago,
ResponderExcluirGosto de seus textos são ágeis, gostosos de ler.
Djavan é maravilhoso!!
Beijo meu
Eu tive uma experiência bastante desagradável com um ídolo (que nunca foi meu e eu sequer conhecia).Fiquei sabendo depois da cara de poucos amigos que ele me fez e um rapaz ao lado me confidenciou. Tenho uma crônica sobre isso (Ídolos) lá no blog. Você se deu melhor (mesmo se os dois não forem seus ídolos). rsrs. Abraços. Paz e bem.
ResponderExcluirNobre Quintella,
ResponderExcluirah, sei lá, sabe? Talvez eu preferisse estar em um deserto e seus temores ou no meio de um oceano, mas deixa o Djavan no canto dele, caetaneando o que há de bom.
Um dia conto no Grooeland uma história de uma sub-celebridade da axé music que foi ignorada por mim, creia! Cara, depois de ler esse texto é que fui lembrar disso.
Fique feliz de não ter encontrado o Djavan no mictório e ter lembrado dos versos de "Oceano" hahahaha
Abraço, rapaz!
Vezenquando penso que não deveríamos conhecer nossos "ídolos".
ResponderExcluirDjavan é um ídolo, se o encontrasse teria que me controlar, mas acho que pelo menos um abraço eu ia pedir...
ResponderExcluirAdoro o seu jeito de escrever, não o conheço pessoalmente, mas é como se estivesse ouvindo vc contar, costumo chamar isso de dom.
Abraço
ahhh...
ResponderExcluirEu iria pedir para ele comprar uma empada para mim.kkkk