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...de repente, o que está aqui lhe apetece.

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terça-feira, 31 de maio de 2011

ESCRACHANDO GERAL




Pedi uma latinha e fechei a conta, pois não daria tempo de terminar outra garrafa. Mantive, desse modo, a tradição da saideira em número ímpar e permaneci em um balcão anexo. Executei uma panorâmica no ambiente: na outra ponta do balcão principal, quatro amigos tiravam zerinho-o-um para ver quem era o sacrificado que ficaria seco; quatro amigas lanchavam numa mesa, um casal bebia em outra.

Voltei, então, ao meu discurso. Sim, eu elaborava mentalmente alguma coisa de uma palestra vindoura e também a misturava com futuras aulas para o segundo semestre. Sem dúvida-com certeza, eu era o louco do bar. Inclusive com linguagem corporal e gestos, parecia uma grande apresentação para um selecionado e exigente público.

Duas meninas saem de uma mesa e vão ao dono do bar. Apesar de terem passado bem próximas a mim, não atrapalharam meu desempenho a não ser, segundos mais tarde, com a frase gritada por uma delas para o dono do bar:
— ... foi pulando a cerca.
E a amiga completou:
— Aí ela ficou assim. Viu? Foi fazer besteira, coisa que não sabe.

Isso mesmo que vocês leram e que eu ouvi: a moça declarando que pulou a cerca, para o dono do bar e para quem quisesse ou não ouvir.

Quem sou eu para julgar o relacionamento de alguém que jamais encontrei? Mas acho que essas declarações poderiam ficar no âmbito das confissões secretas. Ou também não, vai que ela precisasse disso para se libertar. Entretanto, se eu a vir de novo, de mão dada com o companheiro, ficarei na dúvida se é o corn..., o namorado oficial ou o objeto que habita o outro lado da cerca.

Não estão nem aí para as repercussões de seus relacionamentos e, ainda por cima (ou por baixo, de lado etc), arrumam comparsas.

Fiquei prestando atenção para ver até onde iriam as declarações públicas da moça. Até o dono do bar estava impressionado.
— Mostra aí. — Falou a comparsa.

O que ela mostraria? A foto do cara, ou do namorado?

A moça levanta parte de sua calça mostrando o tornozelo e a canela, tudo arranhado, bem como parte da mão direita e do antebraço. Como assim? Ainda foi algo bem selvagem, amaram-se como dois animais, já dizia Alceu Valença.

— Nunca mais faço isso! Pior que nem precisava, porque o portão era pertinho, mas eu não enxerguei. Era só andar mais um pouquinho e passava pelo portão.
— Uhahaha, muito sem jeito ela! Não sabe nem andar direito e vai pular cerca.

Bem, eu devo analisar melhor a literalidade de algumas expressões... ou não ouvir mais as conversas dos outros.

Petrópolis, 9 de julho de 2008.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

IN CONCERT


- Estou cá com aquela proposta que lhe falei lá no Congresso.

- Show.

- Você pode usar aquelas ideias que a gente discutiu no bar do Santana, onde chegamos a conclusão que não tínhamos bebido nada. É só usar as partes que destacamos naquele guardanapo escrito com Bic.

- Show.

- Foi muito interessante você citar Guy de Maupassant, quando o pessoal falava sobre Ópera do Malandro. Chico Buarque e literatura francesa; aquele papo que a gente teve lá na Praça XV daquela outra vez.

- Show.

- E, veja bem, pode incluir aí aquela questão do “Colar de Pérolas”, também do Maupassant. Lembra?

- Show.

- E aí começamos o debate – deixa que eu deixo a deixa – sobre "O Imaginário" e o Nó Burromeano, de Lacan...

- Show.

- E depois a gente chama a galera - com certeza vai ter gente lá - e engata na zoeira, tomar umas cervejas, naquele botequinho; sabe “colé”?

- Show.

- E então vai ter um show lá ou só vai rolar um Dji-Djêi.

- Aí num sei...

Itaipava, 19 de maio de 2011.

terça-feira, 3 de maio de 2011

UM DIA DE MALHAÇÃO




Conrada Jackie, fez meia hora de corrida e depois engatou numa aula de localizada, na Academia Spetacular. Convenceu, inclusive, a sua amiga, a Ju Barbosa a fazer uma aula também. As duas a-ma-ram-u!

Ubirajilson (com jota) já chegou aquecido, porque quis ir dando uma corridinha - de leve - até à Acadimia Maromba Cumpádi. Fez peitoral e deltóides. Conseguiu “zerar” a puxada invertida, o primeiro a fazê-lo. Disse que foi meio-sinistro.

Liane e Cauê, namorados, chegaram juntos à Gym Session, onde malham. Ela fez Spinning, ele ficou na ergométrica por uma hora e quinze, pois passava na TV o filme do Harry Potter. Depois de beberem um suco de acerola com laranja, relaxaram na aula de Street Dance, porque o professor de Boxe faltou... o professor de boxe da Liane.

Vander não foi à Academia Rocky Balboa porque teve que fazer “plantão perto de casa”, carregando os tijolos que chegaram para a obra da casa de sua tia. Entretanto, ele considerou aquilo um bom exercício.

Onofrinho, coitado, está muito temeroso em comprar aquelas "bombas" que alguns lhe oferecem na Academia Power Up. Mas seu coração bate mais rápido quando vê a garotinha do colan azul-marinho (viu na ficha dela que se chama Carolina) fazendo sertanejo-funk-aeróbica, e acha que as "bombas" podem lhe ajudar a conquistá-la. Vive neste impasse enquanto não aguenta levantar os mesmos pesos "da galera". Calma Onofrinho!

Thiago Quintella de Mattos, fez bíceps e tríceps (mais os direitos que os esquerdos) intensivo na Viação Autobus. Primeiro indo de Itaipava para o Centro em um ônibus lotado e, segundo, voltando do Centro para Itaipava em ônibus idem. Quase deslocou os ombros em uma freada repentina e, em uma curva feita em alta velocidade, cotovelou a nuca de um possível aluno da Acadimia Maromba Cumpádi ou da Rocky Balboa. Teve sorte do suposto aluno estar de boníssimo humor. Considerou tal dia o "dia de sorte".

Itaipava, 2 de maio de 2011.