Tem gente de todas as gentes, caras e expressões. Assuntos pertinentes, pretendentes aos nossos bilhões; momentos de reflexões das salas de aula a uma mesa de bar, feitas ontem ou anteontem, há mais de década; desde as realidades insignificantes, às fantasias dos nossos semblantes.
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
AÍ CONFUNDE O PESSOAL VII
PRESENÇA “DE DOORS”
Estava aqui pensando: “Brother (eu), você ainda não escreveu algo sobre sua experiência na Rádio Imperial...”. Fui jurado de uma gincana cultural entre as escolas de Petrópolis. Como fui para lá? Explico, mas não será o assunto principal destas linhas.
Se “assucedeu” em 2001, pouco antes do farsídico 11 de setembro, e 28 anos depois do fatídico 11 de setembro. Trabalhava como instrutor de espanhol básico, ou básico instrutor de espanhol, ou espanhol básico de instrução; com direito a lições de cidadania, democracia e mais alguma coisa. Tanto que convidei um amigo meu, estudante de medicina, para dar uma aula sobre DST etc. Era um projeto da Secretaria do Trabalho do RJ e da Mitra Diocesana de Petrópolis, sob a coordenação de padre Jac. As aulas eram na escolinha anexa à Catedral de São Pedro de Alcântara.
Depois da 18 horas, mandei os estudantes para casa, apaguei o quadro, bati as mãos, peguei a pasta e partiria para casa quando apareceu um jovem. Jamais o havia visto. Trajava uma camiseta do The Doors, com o Jim Morrison atravessando uma parede: Break on Through.
- Professor (sic) Thiago, o padre Jac quer falar com você.
Acompanhei-o até o refeitório. Pô, o cara já sabia meu nome, que fazer? Estava de consciência limpa pois não havia falado nada de mal contra o dogma nas aulas. Se me perguntassem algo do Santo Ofício eu aceitaria, tranquilamente, mas depois eu mandava um "Ma che si muove, si muove". Contudo, Ele me convidou para ser o jurado e aceitei. Sentamo-nos à mesa, aceitei um café com leite, tasquei requeijão numa torrada.
Padre Jac foi me passando o esquema da gincana radiofônica. Às dezenove horas lá estaria, com a maior cara-de-pau que esculpi até então. O carinha da camiseta do The Doors ia e vinha da cozinha, trazendo as mais diversas provisões. Duas moças da limpeza apareceram na sala do refeitório, pegaram manteiga e dois pães e foram para a cozinha, naturalmente.
Resolvidas as questões, o padre se retirou dizendo que avisaria aos organizadores que já encontrara o terceiro jurado. Deixou-me à vontade para terminar meu lanche, bem como liberou o jovem morrisoniano para o mesmo (lanche). Depois de alguns silêncios e mastigações eu quis iniciar um assunto:
- E aí, qual música você mais curte do Doors?
- Quem?
- The Doors, a banda, da sua camiseta.
- Ah, nem sabia, só achei a camisa bonita.
This is The End of the post. Mas o início de uma reflexão sobre a expressão estética.
Itaipava, 26 de janeiro de 2011.
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Isso me faz pensar que, dadas as circunstâncias estéticas do Morrison, ele talvez tivesse sido confundido como um católico fervoroso, que usava barbas longas e cabelos compridos em homenagem ao "Cara" e que "The Doors" seriam as portas abertas por ele... sabe como é, a gente interpreta as coisas da maneira como nos é conivente.
ResponderExcluirP.S.: no livro "Persépolis", autobiografia em HQ da iraniana Marjane Satrapi, passada durante a Revolução Islâmica, mostra a imagem de "Deus" muito semelhante a de "Marx"... é bem engraçado ver as "diferenças e prováveis semelhanças ali"
Olha só Tati... interessante. É Jesus não foi um cara que quebrou tudo na época? Interessante.
ResponderExcluirMas afinal, quem ganhou a gincana? E seu voto foi pra quem?
ResponderExcluirEra uma fase da gincana, será outro post, onde entrará coronelismo, simulação e quessefodismo.
ResponderExcluirUau !!! Sensacional !!!!
ResponderExcluirAcho que a Tati matou a questão !!!
Ele comprou a camiseta mais próxima de Djisas que ele encontrou !!!
Fantástico !!!!
Que viajandão, brother !!!
Eu já tive muita gente conhecida que comprou camisetas de Che Guevara achando que era Jesus. Mas eu concordo com a opinião da Tati, que comentou lá em cima. Muito bom este "lançamento na grande área" para uma fecunda reflexão, Thiago! Meu abraço. paz e bem.
ResponderExcluirFala sério. Você só seguiu o jovem porque pensou: se gosta do The Doors deve ser um sujeito legal. :D
ResponderExcluirMúsica, Rádio, The Doors, The End. kkkk
ResponderExcluirThiago, foi belíssima tua reflexão lá no meu blog, fico grata pelo comentário.
Abraços e bom restinho de semana pra ti!
Olá Thiago.
ResponderExcluirValeu pelos comentários no meu blog.
Eu vi seu diagnóstico... Eu não sou psiquiatra, mas aqueles nomes me pareceram algo muito ruim!!!! Acho que ele precisa de ajuda urgente...
Abraço.
Talvez o contato diuturno com a figura "ocidental" de Jesus fizesse ele crer que estava usando uma camisa com a foto do filho de Deus.
ResponderExcluirÉ claro que, como todos sabem, Jesus nasceu lá para os lados da Palestina e não existia loiro do olho azul naquelas bandas. Talvez exista hoje devido ao fato da grande miscigenação que existe em todo lugar. Portanto, é mais provável que Jesus tenha sido negro ou mulato (no máximo).
Quem viu o seriado No alto da Compadecida? Nele, o cristo foi representado por um ator negro (o qual não lembro o nome agora). Achei muito interessante este detalhe.
Thiago.
Você deve ter deixado o garoto muito decepcionado, pois ele achava, provavelmente, que aquele era Jesus.
Abraço.
"...pouco antes do farsídico 11 de setembro, e 28 anos depois do fatídico 11 de setembro." Primeiro, o jogo de palavras. É quase um britânico! Sensacional!
ResponderExcluirEi, a Tati matou mesmo a charada. Sabe, essa questão de "camisetas" e estampas é engraçada. Como já citado por aqui pelo Cacá, o que vejo de gente por aí com a camiseta do Che...e o barato é perguntar quem foi ou quem é esse cara aí da camisa. Melhor ainda acontece quando há frases, em inglês - de preferência.
Aí partimos para as representações estéticas. Jesus H. Christ representado com o ideal europeu. Daí virou O ideal de santidade. Lembra do Tiradentes na pintura?
Prefiro encerrar com expressão do próprio Morrison: people are strange. Church!
CHorik mandou bem, Thiago! heheheh
ResponderExcluirTeria este texto influência do seu estilo de agora barba, bigode e cabeleira? Jim, Jesus, Peste?
ResponderExcluirPoxa, Gabi, assim não vale. Já ia eu comentar que só faltava o rapazote ter te confundido com o cara da camiseta, haja vista seu styling atual.
ResponderExcluirhauhauahua
Mas assim, fiquei com pena dele... Não conhecer Doors, nem sequer procurar saber?! Já existia Google na época, pô!
beijos
Aninha.
www.mineirasuai.wordpress.com
www.castelodopoeta.blogspot.com
Ahahahaha!!! Interessantíssimo!! Isso acontece direto. Para se ter ideia: votam por simpatia.
ResponderExcluirJoão Lenjob.
Cada dia melhor! Bravo! Quessefodismos a parte; siamo tutti fututti? (não sei escrever em berlusconez...) Sou grato. Um forte abraço.
ResponderExcluirThiago,
ResponderExcluirandei visitando o seu espaço várias vezes, informal e clandestinamente como um camelô do calçadão daqui do Itaim Paulista, bairro no extremo leste de São Paulo, onde moro e até "assucedeu" em algumas ocasiões de ter tido vontade de deixar alguns comentários em seus textos brilhantes, inquietantes e plenos de humor inteligente.
É que vou pelo Blog do Chorik que abre janelas para um montão de outros blógues pesos pesados como o seu, de picasgrossas das palavras bem empregadas, diante dos quais fico meio intimidado, resquício de cultura japa, acho, mas dada a abertura informo que vou te seguir de forma formal (eu, heim?).
Ah, aqui onde moro é muito comum pessoas desfilando com camisetas de candidatos de eleições passadas, com nomes, números, fotos e tudo de direito, mas ninguem sabe informar se o cara foi eleito ou não, ou se fez alguma coisa por ele.
Um abraço do Akira.